ÁRVORES.
Parece-me que ninguém há-de
ver poema tão belo como a árvore.
Àrvore que sua boca não desferra,
do seio doce e liberal da terra.
Àrvore, sempre de Deus a ver imagem
e erguendo em reza os braços de folhagem.
Àrvore que pode usar, como capelo,
ninhos de papo-ruivo no cabelo.
Em cujo peito a neve estende assente,
que vive com a chuma intímamente.
Os tontos como eu fazem poesia,
uma árvore só Deus é que faria.


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